MiCROECONOMICS - ECO531 - 3.2

Custos de Produção

Conteúdo organizado por Daniela Doms do livro Recessions and Depressions: Understanding Business Cycles by Todd A. Knoop, 2004

Custos de Produção

Objetivos de Aprendizagem

Introdução

Os custos de produção têm influência na determinação do lucro de uma empresa. Nesta aula estudaremos os custos fixos, os custos variáveis e o custo total, o custo de oportunidade, os custos implícitos e explícitos, uma vez que eles são importantes para o cálculo que possibilite à empresa a maximização dos resultados.

Custos de produção

Como já sabemos, as empresas oferecem seus produtos com base no preço destes no mercado: quanto maior é o preço de um produto, maior também é o interesse em vendê-lo. Contudo, as empresas analisam também os custos de produção de seus produtos, o que vai ser fundamental para determinar o lucro. Nesse sentido, o preço do produto vai influenciar não só a receita da empresa, como também os custos que estão associados às tecnologias utilizadas para produzir em maior quantidade com menor custo, pois o objetivo das empresas é produzir ao menor custo possível.

Os custos de produção podem ser divididos de duas formas: custos explícitos e custos implícitos. Como custos explícitos podemos considerar os custos de transações monetárias, as despesas contábeis, como os custos de compra de matéria-prima, o pagamento de salários, aluguel, depreciação, perdas de produção, entre outros.

Os custos implícitos, por sua vez, não entram nas despesas contábeis, já que não estão relacionados com o pagamento dos fatores de produção. Ou seja, podemos dizer que os custos implícitos são decorrentes do uso de recursos do proprietário dos meios de produção, tais como a terra que o proprietário já possuía para a instalação da fábrica, por exemplo, ou, ainda, o capital que ele tinha disponível para iniciar a produção. Nesse sentido, os custos implícitos ao processo produtivo diferenciam lucro econômico de lucro contábil, já que o lucro econômico é uma vantagem relativa e vai depender do tipo de atividade desempenhada e da performance da empresa ao desempenhar essa atividade.

Lembram-se do custo de oportunidade? Ele também entra no rol de custos implícitos no processo produtivo. O custo de oportunidade para uma empresa também pode ser denominado como custo alternativo, e, conforme vimos anteriormente, ele representa o rendimento que uma empresa deixa de ter por optar não utilizar os seus próprios fatores de produção da melhor maneira possível.

Para que possamos lembrar o significado do custo de oportunidade, vamos a um exemplo. Imagine que você é um médico e possui uma sala comercial em um determinado edifício.

Se optar por utilizá-la e nela atender seus pacientes, você vai deixar de receber aluguel pela sala, não é mesmo? Esse fato, o de deixar de receber o aluguel da sala da qual você é proprietário para estabelecer ali o seu consultório, é um custo de oportunidade. Da mesma maneira, os custos de oportunidade entram como custos implícitos das empresas, justamente por não envolver transações monetárias diretas.

Voltando ao exemplo, se, como médico, você abriu mão de receber o aluguel de sua sala comercial para estabelecer ali o seu consultório, então você deverá obter rendimentos superiores ao seu custo oportunidade para obter lucro econômico. De modo ainda mais simples, pense que pelo aluguel da sala você recebia o valor de dois mil reais; nesse caso, para que você obtenha lucro econômico, você deve ter um rendimento financeiro, ao trabalhar em seu consultório, maior que dois mil reais. Da mesma maneira acontece com as empresas em geral, ou seja, o lucro econômico só se realizará quando as receitas superarem o custo de oportunidade, apresentando-se como uma vantagem diante do exercício de outra atividade.

Saiba Mais

“Se os custos sociais superam os custos privados, então há uma externalidade negativa, a sociedade tem um prejuízo que não é assumido pela firma que o produz. Mas, se os custos privados superam os custos sociais, então a firma produz uma externalidade positiva. Um exemplo de externalidade positiva ocorre quando uma firma sustenta um projeto social que, apesar de ser um custo para a ela, promove um benefício para o restante da sociedade”. (AIRES, 2017, p. 42, grifos no original)

“Custos sociais: Onde para o mercado?” Disponível em: <https://bit.ly/2Nd2mON>.

Os custos que decorrem das atividades da empresa são chamados de custos privados de produção. Essa categoria enquadra todos os custos que vimos até agora. Mas há também as chamadas externalidades, que ocorrem quando os custos sociais diferem dos custos privados, superando-os. Os custos sociais são aqueles que, através do processo produtivo ou do próprio produto da empresa, vão gerar impactos negativos na sociedade, como, por exemplo, quando uma empresa desmata áreas de florestas para produzir ou emite gases do efeito estufa em excesso, prejudicando assim a sociedade.

No entanto, essa externalidade também pode ser positiva. Isso ocorre quando os custos sociais não superam os custos privados. Nesse sentido, se, por exemplo, uma empresa mantém um projeto ambiental que preserve a natureza, ou um projeto social que ajude crianças carentes, ainda que represente um custo para a empresa, para a sociedade isso é um benefício, tornando-se então uma externalidade positiva.

Voltando aos custos privados de produção, podemos destacar os custos fixos, os custos variáveis e o custo total. Se determinados custos não apresentam variação em relação à quantidade produzida, então o chamamos de custos fixos, tal como o pagamento do aluguel, por exemplo, cujo valor é independente da quantidade de produtos produzidos pela empresa.

No entanto, existem outros custos que variam de acordo com a quantidade que a empresa produz, os chamados custos variáveis. Um exemplo é o custo de mão de obra, já que, para a empresa produzir mais, ela precisará contratar mais trabalhadores ou pagar mais horas extras, razão pela qual os salários são considerados custos variáveis.

A soma dos custos fixos e variáveis será igual ao custo total de produção. Esse custo pode ser representado matematicamente da seguinte maneira: Ct(Q) = Cf + Cv (Q), onde Cf é igual aos custos fixos, e Cv (Q) é igual aos custos variáveis. Graficamente os custos podem ser representados conforme mostra a figura seguinte:

Figura 3.2 – Curvas de custos

Fuente: Aires (2017, p. 43).

Como já vimos, o custo fixo não varia conforme a quantidade produzida pela empresa, razão pela qual representa uma linha reta no plano cartesiano, paralela ao eixo da produção. Por sua vez, as curvas do custo variável, de acordo com Aires (2017, p. 34, grifos no original):

[…] têm os seus formatos associados à lei dos rendimentos decrescentes. Com o aumento do nível de produção, e o consequente aumento da produtividade, o custo cresce menos. A adição sucessiva de unidades de trabalho faz com que o trabalho passe a ser menos produtivo, o que gera um aumento crescente nos custos.

Note que, embora tenha o mesmo formato da curva do custo variável, a curva do custo total corta o eixo vertical no custo fixo; e vale lembrar que o custo total é a soma do custo fixo e do custo variável. Na próxima aula estudaremos os custos médios e o custo marginal.

Em resumo

Os custos de produção e o preço de um determinado produto são determinantes para a oferta deste no mercado. Vimos aqui custos explícitos e custos implícitos, custo de oportunidade, custos privados e sociais, custos fixos, custos variáveis e custo total. Eles são importantes porque, como vimos na aula anterior, a estrutura de custos de uma empresa têm influência na determinação do lucro.

Na ponta
da língua

Referências
Bibliográficas

Aires, Amanda. Curso Completo de Microeconomia. Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas, 2017. Disponível em: <https://bit.ly/3tcBc9T>. Acesso em: 27 maio 2018

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imagens: shutterstock

Livro de referência:

Recessions and Depressions: Understanding Business Cycles

by Todd A. Knoop 2014

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